quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

"Tiro encosto, zic zira, macumba e doença crônica"


Sempre me perguntei: quem em sã consciência acredita nessas coisas? Ok, crença é crença. Individual, pessoal (não todas...) e, até certo ponto, indiscutível.

Comecei a observar, e percebi que quem busca uma coisa dessas está totalmente fragilizado,  inserido em um ambiente coercitivo e aversivo.

E na psicologia? Quem são os "charlatões" da clínica?

Exatamente igual a este cartaz, alguns "profissionais" prometem mundos e fundos. Em nome da energia cósmica, do alinhamento dos planetas, do equilíbrio das pirâmides, do ano chinês do tigre ou da era do aquário, misturam fé e crenças pessoais ao atendimento clínico. E ainda fazem promessas surreais aos clientes.


É triste ver este tipo de coisa associada à psicologia... Depois, sou obrigada a ouvir que "pai de santo é tipo um psicólogo que dá mais garantia do resultado" (!!!!!!)


Concordo com o grande Carl Sagan, que ficava triste ao perceber que as pseudociências ganham cada dia mais espaço. Não é preciso criar um mundo sobrenatural: podemos nos surpreender com as maravilhas da realidade e das evidências. 


... (continua...)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Qual a vantagem de ser grande?


Isso me intriga: o que estamos ganhando com o descontrolado crescimento das sociedades? Sempre acreditei que as consequências da grandeza não eram tão boas assim.

Ao ler "Walden Two", o romance estrito por B. F. Skinner, as coisas ficaram um pouco mais claras, e algumas novas possibilidades podem ser exploradas. Pretendo falar mais sobre este livro futuramente. Hoje, minha intenção é apenas explorar este tema.

As contingências de reforçamento hoje não são muito efetivas: a relação contigente entre bens de consumo e comportamento não é respeitada. O que é explorado é o consumo excessivo, sem uma relação causal entre a compra e os benefícios de tal ato.

A satisfação não é obtida. O "gozar a vida" nunca é pleno. Numa falha tentativa, somos estimulados pelo excesso e ignoramos o desperdício. Em todos os âmbitos da vida.

O lazer é negligenciado, já que não é valorizado pela sociedade. Ser "workaholic" já não é mais uma obsessão, e sim uma obrigação. O funcionário não quer ficar trabalhando até de madrugada? "Ih, está desmotivado..."

A frase que reflete o mundo hoje é a "falta de tempo": para um livro, para os amigos, para a família, para a saúde. Mas os índices revelam o excesso de tempo gasto em frente à TV ou na internet.


Ser incoerente é normal.

A juventude está cada dia mais conservadora. Não um conservadorismo de ideais, de valores ou de costumes, mas sim de uma mentalidade vazia, preconceituosa e sem características próprias. Nada a ser defendido, mas muito a ser julgado.

O avanço da tecnologia traz mil benefícios para as relações, encurtando distâncias e estreitando vínculos. Ao mesmo tempo distancia, torna frágil e superficial.

As vantagens são sempre exploradas. Mas será que são tantas assim?


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