quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Qual a vantagem de ser grande?


Isso me intriga: o que estamos ganhando com o descontrolado crescimento das sociedades? Sempre acreditei que as consequências da grandeza não eram tão boas assim.

Ao ler "Walden Two", o romance estrito por B. F. Skinner, as coisas ficaram um pouco mais claras, e algumas novas possibilidades podem ser exploradas. Pretendo falar mais sobre este livro futuramente. Hoje, minha intenção é apenas explorar este tema.

As contingências de reforçamento hoje não são muito efetivas: a relação contigente entre bens de consumo e comportamento não é respeitada. O que é explorado é o consumo excessivo, sem uma relação causal entre a compra e os benefícios de tal ato.

A satisfação não é obtida. O "gozar a vida" nunca é pleno. Numa falha tentativa, somos estimulados pelo excesso e ignoramos o desperdício. Em todos os âmbitos da vida.

O lazer é negligenciado, já que não é valorizado pela sociedade. Ser "workaholic" já não é mais uma obsessão, e sim uma obrigação. O funcionário não quer ficar trabalhando até de madrugada? "Ih, está desmotivado..."

A frase que reflete o mundo hoje é a "falta de tempo": para um livro, para os amigos, para a família, para a saúde. Mas os índices revelam o excesso de tempo gasto em frente à TV ou na internet.


Ser incoerente é normal.

A juventude está cada dia mais conservadora. Não um conservadorismo de ideais, de valores ou de costumes, mas sim de uma mentalidade vazia, preconceituosa e sem características próprias. Nada a ser defendido, mas muito a ser julgado.

O avanço da tecnologia traz mil benefícios para as relações, encurtando distâncias e estreitando vínculos. Ao mesmo tempo distancia, torna frágil e superficial.

As vantagens são sempre exploradas. Mas será que são tantas assim?


...

3 comentários:

  1. Por isso eu digo que eu quero "meu mundinho", não quero mansão, não quero uma X6, não quero ser mundialmente conhecido.

    Quero não ter que sair da Mooca, ter tudo que preciso nesse pequeno cantinho de São Paulo.

    Acredito que esse post poderia ser muito beneficiado por um filme e um livro.

    O filme é o Wall-E.
    O livro é o Modernidade Líquda do Zygmunt Bauman.

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  2. Ótimo post! Acho um tema muito interessante também e acho que você podia ter explorado um pouco melhor (IMHO).

    Deixo aqui umas sugestões:

    "(...) O lazer é negligenciado, já que não é valorizado pela sociedade.(...)"
    O lazer é realmente negligenciado? Ou foi transformado em mais um bem de consumo?

    "(...)Ser 'workaholic' já não é mais uma obsessão, e sim uma obrigação.(...)"
    Em países considerados desenvolvidos a nova geração é caracterizada por ser mais realizada profissionalmente, em termos de objetividade e empreendedorismo. Em países considerados subdesenvolvidos a concorrência por uma vaga de emprego é grande o suficiente para provocar a exploração da mão de obra.

    "(...)uma mentalidade vazia, preconceituosa e sem características próprias.(...)"
    eu acho que entendi o sentido que você queria passar, mas ficou meio contraditório com os termos que você usou (vazia com preconceitos? sem características? até mesmo a falta de características é uma característica por si só)

    Mas no geral o post ficou legal. É realmente um tema interessante.

    E acho que sim, são muitas vantagens. Pra quem sabe usar.

    Abraços!

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  3. Respondendo!

    1) Fe, ótimas indicações! Já tive a chance de ler um trecho deste livro e já assisti Wall-E ;)

    (Wall-E, que foi totalmente baseado em Star Wars. #nerdfeelings, hahaha, depois faço a minha análise sobre as semelhanças)

    Só não concordo contigo no quesito "quero meu mundinho". Não acho que seja esta a melhor solução. Mesmo.

    2) Thiago, obrigada pela visita e pelo comentário!

    Concordo plenamente com você. Não consegui sair da camada superficial do assunto... Pretendo voltar a falar disso em breve!

    Ainda não consigo enxergar tantas vantagens... Mas vou me esforçar, rsrsrs

    Beijos!

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